Uma capa Fofa. Uma história mais fofa ainda. A Tag inéditos em parceria com a editora Gutemberg nos trouxe neste mês de fevereiro, um livro leve, encantador e super cativante. Então vamos à resenha de “Verônica e os Pinguins” , da escritora inglesa Hazel Prior.
Verônica McCreedy é uma senhora idosa de 86 anos de idade e muito solitária. Ela é viúva, por isso herdou milhões do esposo rico. Tem por companhia apenas a sua empregada (já que ela tem horror à palavra cuidadora rs) Eileen.
Eileen ajuda Verônica cuidando da casa, das compras e é alguém que realmente se importa com ela. Acontece que Verônica não é nenhuma senhorinha simpática e graciosa. Ela é gélida, sofisticada, elegante e não dá muita abertura para que pessoas se aproximem demais dela. À princípio, ela dá a impressão de ser uma pessoa áspera, mal humorada, reservada. Mas ao longo da narrativa esse jeito de ser vai ganhando contornos diferentes.
Ao se deparar com uma antiga caixa em casa, encontrada por Eileen, Verônica revive os tormentos que a acompanharam por 86 anos. Ela recebe a notícia de que seu filho, que foi dado para a adoção e que ela perdeu contato há muito tempo atrás, está morto. E seu legado aqui, é um filho. Ou seja, um neto perdido da Verônica. Ela, que já não tem mais tempo a perder na vida, resolve ir atrás do seu único parente vivo, que também parece ser o único herdeiro de sua fortuna. Então ela vai atrás do neto e encontra Patrick, um jovem despenteado, mal arrumado, que vive de maneira soluta, é pobre e trabalha em uma humilde loja de bicicletas para se manter. Ele acaba de ser chutado pela namorada e se encontra pior ainda. A tensão e repulsa entre avó e neto um pelo outro é instantânea. O primeiro encontro não vai nada bem. Cada um volta para o seu canto com impressões totalmente equivocadas um do outro. E quem vai quebrar esse gelo todo? Isso mesmo. OS PINGUINS.
Verônica adora assistir um programa sobre os pinguins. Se preocupa com a vida deles e com o impacto ambiental. Sem tempo mais a perder, ela resolve sair da Escócia e viaja até à Antártica. Talvez seus milhares sirvam para alguma coisa. Pode ser últil para os pinguins e para as pesquisas relacionadas a esse curioso animal. Ela resolve, mesmo contra a vontade de três cientistas, passar três infindáveis semanas na gelada Ilha Locket. Local principal de concentração dos Adélias, uma raça de pinguim. E lá terá tempo de sobra não só para conhecer a vida dessa espécie curiosa mas também vai aproveitar e refletir sobre a própria vida e suas escolhas.
“À medida que a gente envelhece, é como se a capacidade para o amor crescesse.”
Patrick, chateado por perder a chance de estar perto da única pessoa que lhe resta , recebe uma caixa de Eileen, curioso ele abre a caixa deixada por sua avó com um código que só ela (e agora ele) sabem. A partir daí ele terá uma outra visão sobre quem realmente é a sua avó. O conteúdo, tira todas as camadas que Verônica cuidadosamente criou para si mesma. E exibe todo o passado da avó. O que deixa Patrick impressionado.
Do outro lado na Antártica, Verônica se deslumbra com a presença de uma vastidão de pinguins. Quando não está com eles está na base cientifica causando alvoroço com o pessoal de lá. A simpática Terry, que é cientista e escreve um blog sobre os Adélias, que logo se torna muito próxima e afeiçoada à Verônica, Diedrich um cientista, e Mike, que é bem esnobe e queria Verônica bem longe dali desde o começo. Quatro personalidades tão distintas terão que dar conta de se suportarem durante essas três intermináveis semanas.
Como eu disse, quem vê essa capa fofa, e esse título não dá nada pelo livro. Mas o fato é que foi uma leitura muito prazerosa, cativante. Foi um livro leve, divertido, que me fez rir e também me emocionou. Adorei o protagonismo de uma pessoa idosa como a Verônica, de uma senhora de 86 anos, nos dando uma visão dos prós e contras da idade e seus impactos. Trouxe não só o drama familiar mas também teve como pano de fundo os pinguins, as mudanças climáticas, as questões ambientais, as preocupações em preservar o meio ambiente, em usar métodos e artefatos mais sustentáveis, menos plástico em tudo. Acende um alerta em nós para que cuidemos melhor do nosso planeta para que as espécies não acabem extintas e por consequência, até nós mesmos, seres humanos. Hazel Prior provou que fez o dever de casa, pesquisou bastante e conseguiu trazer essa encantadora história para nós. Foi bom demais ler esse livro. Ponto para a Tag Inéditos. Quero mais livros assim!
À propósito, o Kit estava maravilhoso. Com cores claras e alegres o livro veio acompanhado de um lindo Box, revista, cartão postal, marcador e um canudo de inox. Adorei o brinde representando a sustentabilidade, uma das propostas do livro.
Vocês gostam de leituras cativantes, fofas e envolventes?
Qual foi o último livro Good vibes que você leu? Contem para a gente.
Sobre a autora:
Hazel Prior nasceu em Oxford, Reino Unido, mas já morou em muitos lugares, como na fronteira entre a Inglaterra e o País de Gales, na Escócia e até na Itália. Seus trabalhos incluem estudar e tocar harpa, dar aulas de atuação e de inglês como Língua estrangeira. Ganhou nove prêmios em concursos nacionais de escrita e teve uma série de contos publicados em revistas literárias. Atualmente dedica-se ao trabalho de harpista freelancer e vive em Exmoor, sudoeste da Inglaterra, com seu marido e um enorme gato ruivo.