Review | Unicelular, de Tarsis Magellan

O que aconteceria se por uma avançada tecnologia fosse possível aumentar micróbios e bactérias ao nível de conseguir criar um parque temático com eles?  Com as mesmas modernidades e perigos que vemos em Jurassic Park, tanto no livro de Michael Crichton ou na clássica adaptação de Steven Spielberg, mas o grande diferencial, além de serem bactérias, é se passar quase que inteiramente no Brasil, mais precisamente na Ilha de Trindade e seus cenários paradisíacos.

Nesse mote temos também uma disputa tecnológica da renomada empresa chinesa Biotech, responsável pelo desenvolvimento do “museu” e a americana HardCom, mas o foco mesmo é um acidente com uma criança americana em uma praia isolada do nordeste brasileiro, supostamente atribuído a uma água viva, mas os danos ao garoto são muito piores do que apenas uma água viva faria.

Para investigar esse enigmático caso, temos Rosa Villar, uma competente agente da ABIN, que se encarrega de perseguir as pistas deixadas nas areias do litoral cearense e solucionar esse caso que se torna internacional. Com um início frenético desde o prólogo e um primeiro capítulo que mantém seu ritmo, temos uma narrativa que lembra os livros de Dan Brown, com pequenos capítulos focando vários núcleos, e nos guiando rapidamente pelas páginas e nos deixando atônitos a cada fim de capítulo.

Um ponto interessante que nos gera mais tensão é que os supostos documentos apresentados no início do livro indicam que realmente houve um acidente no arquipélago de Fernando de Noronha e em algumas outras praias do Nordeste, deixando tudo com um pé na realidade, e claro, nos fazendo devorar todas as páginas deste thriller tecnológico.

Porém, nem tudo é o que parece no museu de microbiologia da Biotech, e Rosa precisa lidar com as perseguições e com os perigos que rondam o grupo chamado para uma primeira visita monitorada por funcionários da Biotech, desde o início do tour inaugural temos a sensação de algo futurista, moderno, porém, com altas chances de sair muito errado, afinal a proposta da empresa é expor micróbios, fungos e seres microscópicos em um tamanho absurdamente mortal, e claro que não irei descrever aqui os pormenores dos acontecimentos, mas a jornada é frenética e após a primeira ocorrência, desencadeia os acontecimentos de um grande filme de ação.

Uma ótima pedida para fãs de ficção e também para entusiastas de biologia, afinal o livro é recheado de nomes e termos científicos, que aprofunda ainda mais o leitor na corrida desenfreada dos acontecimentos, não podemos nos esquecer do acabamento gráfico da editora Martin Claret, um corte trilateral com o nome do livro nas páginas, capa dura com o título em destaque brilhante e um QR code na parte de trás com informações sobre os organismos citados nas páginas do livro.

E para completar a experiência, o escritor Tarsis Magellan acrescentou uma bibliografia com todo o material de suporte utilizado para escrever o livro, para os curiosos e entusiastas de plantão se aprofundarem ainda mais no assunto.