Olá leitores do Mundo Hype! Hoje trouxe para vocês a resenha de um parceiro do site: Samurais de Fukushima. O livro foi escrito por Hugo L. I. Cukurs e publicado em 2018. Samurais de Fukushima se passa no século XII no Japão, no meio de um apocalipse zumbi onde os poucos sobreviventes precisam se unir para sobreviver a essa catástrofe.

Sinopse:
Uma jornada sangrenta onde dois samurais com um passado devastador, um viking, uma gueixa e um grupo de sobreviventes tentam resistir à um apocalipse zumbi. Eles irão cruzar o Japão Feudal, partindo de Fukushima até Niigata em busca de uma última esperança, enfrentando traições, armadilhas mortais, grandes batalhas, muitas perdas e centenas de zumbis.
Com uma premissa bem instigante e com personagens aos quais não vemos muito nos livros de grande tiragem, Samurais de Fukushima já conseguiu me chama a atenção pela sinopse. E sim, a sinopse fala tudo o que acontece no livro, então esperem muita ação, sangue, perdas e zumbis!
O livro começa com um breve prólogo explicando sobre a invasão zumbi e como ela começou na nossa história. Logo somos apresentados a alguns dos personagens que sobreviveram à primeira aparição dos zumbis no Japão. Meses depois, os personagens principais são consolidados no livro, e conhecemos Sakuraba, o primeiro samurai do grupo, e Thorin, o viking que conhecemos a história depois. Esses dois personagens acabam sendo os principais protetores do primeiro grupo de sobreviventes que conhecemos no livro.

Eles decidem atravessar Fukushima até Niigata para chegarem ao mar, e durante esse percurso, encontram com outro grupo de sobreviventes encabeçado por outro samurai, Sato, que tem problemas no passado com Sakuraba.
Esse grupo de sobreviventes é bem heterogêneo, tendo personagem para todos os gostos. Eles são tão diferentes que a principio acreditamos que não vão conseguir funcionar juntos, mas acabam se tornando quase uma família.
O céu totalmente azul, com o sol brilhando e iluminando o vilarejo ao fundo, além de deixar as casas com um belo brilho dourado, dava a todos um fio de esperança de que encontrariam dias melhores à frente. Com desejos diferentes, cada um admirava a paisagem e tirava forças para seguir a dura e longa jornada.
Samurais de Fukushima tem um aspecto que elogiei no livro Enraizados: a história não fica parada enquanto os personagens resolvem um problema para resolverem outro depois. Tudo acontece ao mesmo tempo, dando maior agilidade à trama, além de tornar a história mais ‘crível’. Uma coisa me incomodou um pouco nesse ponto foi que essas mudanças de problemas e acrescimentos não foram tão fluídos, parecendo muitas vezes bruscos demais na história. Não só a mudança de situações, como relacionamentos onde sentimento surge do nada.
Outro detalhe que acabou chamando minha atenção foi um dos personagens que aparece no livro e se auto intitula como o ‘Salvador’ escolhido por Deus, mas, como o livro se passa no século XII em um Japão feudal com predomínio maior do budismo na região, esse personagem ficou deslocado na trama para mim.
Antes de encontrar a paz, é preciso enfrentar batalhas.
Os personagens do livro são tantos, e muitos deles tem seu momento de contar um pouco de sua história, fazendo com que criemos vínculos com eles por causa de seu passado antes do apocalipse e por sua postura no grupo. Muitas vezes o vínculo dos personagens com o leitor é bem maior do que o vínculo apresentado entre eles mesmo. Thorin é um personagem incrível, e seu relacionamento com Mioshi foi muito gostoso de ler. Já, em contrapartida, Sato e Satori ficou um pouco forçado.
Falando de personagens, a amizade estabelecida entre Sakuraba e Sato foi muito bem aproveitada e bem construída, já que dois ‘inimigos’ acabam tendo que trabalhar juntos e esclarecer o que aconteceu no passado para conseguirem proteger o grupo que guiavam. E Keiji, parabéns, que personagem nojento. O pessoal se segurando para não mata-lo, mas, se fosse eu, ele já teria virado comida de zumbi nas primeiras 40 páginas. Outros personagens já não consegui me apegar, e suas mortes não fizeram tanto efeito assim.
Samurais de Fukushima tem alguns outros erros que uma nova revisão facilmente podem corrigir, como os diálogos que, algumas vezes ficaram confusos. Causou um pequeno incomodo, mas nada que impedisse ou diminuísse o ritmo de leitura.
Para quem gosta de uma história diferente e não se importa com mortes e nem com mortos vivos, Samurais de Fukushima é uma ótima leitura.