Review| O tatuador de Auschwitz, de Heather Morris

Neste incrível e triste romance lançado pela Editora Planeta, a autora Heather Morris nos leva a entrar na terrível e ameaçadora Auschwitz, o mais perverso campo de concentração da Alemanha Nazista. Aqui vamos acompanhar e nos emocionar com a história real do jovem judeu Eslovaco Lale Skolov e tudo que ele presenciou no período do Holocausto, o maior genocídio da História da Humanidade.

Portões de Auscwitz ” Arbeit Macht Frei” Tradução: O trabalho liberta

Lale tem pais e irmãos. Um deles já casado e com filhos, então ele já começa tendo um gesto heróico. Se oferece para ir junto com os oficias no lugar da família a fim de que esta seja poupada e fique em segurança. Não há garantias disso. Mesmo assim, ele embarca em um dos trens abarrotados de gente. O destino? Eles desconhecem. Não fazem ideia de onde vão parar, quem vão conhecer, e como vão viver dali por diante. A última parada: Auschwitz. Em seu portão está escrito “ARBEIT MACHT FREI”, que significa “o trabalho liberta” . O que menos terão de agora em diante é o bem mais precioso: A liberdade.

 

Lale chega com os outros e ali ele é revistado, obrigado a entregar os seus pertences, dinheiro e tudo mais que tenha trazido consigo. Ali naquela fila ele perde não só os bens materiais mas também a própria identidade, a partir deste momento ele passa a ser um mero número. Ali também ele deixa a dignidade e passa a temer por sua vida e por todos que estão ali com ele tão desesperançosos. Ele deixa o terno, e em seu lugar recebe o mesmo Pijama listrado azul que todos usam. Todos são obrigados a trabalhar exaustivamente, privados de conforto, água, banho. Eles devem servir e ser úteis, mas  quando acaba a utilidade , são tristemente descartados.

Lale e Gita.

Lale é esperto, poliglota, e um dia recebe um convite para ajudar ao outro tatuador. Afinal, todos os dias chegam os trens lotados com mais e mais pessoas. Precisam ser rápidos, e em dupla trabalham melhor. Os oficiais concordam e a partir dali Lale passa a ter um pouco mais de regalia, ainda é escravo e judeu, ainda humilhado, mas pelo menos tem direito a água, comida decente e um dormitório só para ele. Um dia enquanto Lale tatua mais uma leva de pessoas, seus olhos cruzam com os de Gita, uma judia Eslovaca como ele. Ele se apaixona de imediato, e fará de tudo para Tentar proteger a sua amada e sair dali com vida junto com ela. Aliás o Lale é um cara muito Otimista, mesmo em condições sub humanas ele ainda nutre a esperança. Ele também é um sujeito esperto e corajoso, por que acaba fazendo amizade com as meninas que” trabalham” em outra função dentro do campo. Elas recebem os recém chegados e são responsáveis por recolher seus objetos, Lale então tem a perigosa e brilhante ideia de trocar ítens valiosos com os trabalhadores de fora dos campos , que vem para construir as terríveis câmaras de gás. Então com isso ele consegue comida, chocolates , remédios e outros elementos tão simples mas que nessa situação significa Luxo. E cada dia ele abençoa alguém com um pouquinho de comida. Se ele for pego, corre sérios riscos de ser executado e nunca mais ver sua doce Gita, ou integrantes de sua família que ele não sabe se ainda estão vivos.  Em meio a todo o horror que acontece em Auschwitz, Lale e Gita vão lutar por todo esse amor que sentem.

O livro tem passagens muito pesadas de violência, Tem uma carga emocional altíssima. Tem personagens asquerosos como o médico Mengele que ao invés de salvar vidas ceifava da pior forma possível. Aliás ele era conhecido como “O anjo da Morte”. Tão frio quanto a navalha que carrega. Não devia ter coração dentro do peito, tamanha as atrocidades cometidas por ele. Quem mais sofriam eram as mulheres. Ler sobre isso Dói na alma da gente. Baretski era outro personagem asqueroso e frio. A aflição ,a dor e a morte dos judeus eram música para os ouvidos dele.

Os judeus em Auschwits,

Foi uma leitura tensa porém marcante, do tipo que a gente lê a última página já emocionado e fica pensando por muito tempo. É uma leitura difícil e ao mesmo tempo necessária para que jamais esqueçamos o horror sofrido por aquelas pessoas. Muitos perderam a vida. Outra parcela viveu uma vida marcada pelas tristes lembranças que viveram nessa época de medo , perda e incerteza. Auschwitz hoje é aberta para visitação. Não sei se terei estrutura para entrar lá e visitar um dia. Deve ser muito triste. Deve ter uma energia negativa. Um lugar que guarda lembranças muito pesadas.

O livro trata-se de uma história real. O que torna tudo mais tenso e emocionante. Vai contar toda a história De Lale e Gita, pessoas que de fato estiveram no campo de concentração. E vai falar do amor mesmo em tempo difíceis, do otimismo, da resiliência e da vontade de viver mesmo mergulhados no caos. Tem um epílogo muito bom e além disso algumas fotos. Heather Morris conseguiu mesclar sentimentos tão contrastantes. A aflição, o medo, a angústia de um lado, e do outro, O AMOR. Uma narrativa que merece ser lida. Li, favoritei e agora estou aqui recomendando à vocês.  O livro tem uma continuação da mesma autora chamado “A viagem de Cilka” que vai apresentar  uma  outra personagem que também está presente em “O tatuador de Auschwitz. Com certeza vou ler.

A capa de “A viagem de Cilka”. Sucessor de “O tatuador de Auschwitz”.

Sobre a autora: 

Nascida na Nova Zelândia, Heather Morris é autora best-seller #1 do The New York Times. É apaixonada por histórias de sobrevivência, esperança e resiliência.

Em 2003, enquanto trabalhava em um grande hospital de Melbourne, na Austrália, Heather conheceu um senhor que “talvez tivesse uma história para contar”. Esse senhor era Lale Sokolov, o tatuador de Auschwitz. O dia em que Lale e Heather se conheceram mudou de forma definitiva a vida dos dois. Dia a dia, conversa a conversa, sua amizade ficou cada vez mais forte, e dessa convivência nasceu o grande best-seller mundial O tatuador de Auschwitz. Sequência de O tatuador de AuschwitzA viagem de Cilka é o segundo romance da autora e, juntos, já ultrapassaram a impressionante marca de 8 milhões de exemplares vendidos no mundo.

Três irmãs, o novo romance histórico da autora, segue a linha de sucesso dos anteriores. Duas das irmãs protagonistas estão vivas em Israel, cercadas por familiares e amigos queridos, e elas escolheram Heather Morris para contar sua história.