Review | O Jantar Fatal, de Jonathan Edlow

Para os fãs que se sentiram abandonados com o final de House e suas maluquices e excentricidades médicas, trago para vocês uma boa dica de livro: O Jantar Fatal e outros mistérios médicos, do professor Jonathan Edlow. Publicado no Brasil pela Editora Companhia das Letras, O Jantar Fatal mistura a narração de histórias de detetive com casos médicos pouco comuns, levando a lembrar que algumas bizarrices de House estão bem mais próximo da realidade do que a gente pode imaginar.

Sinopse:

Numa época em que os médicos contam com o auxílio de tecnologia de ponta e a maioria dos diagnósticos é feita com considerável rapidez e facilidade, Jonathan Edlow resgata, em O jantar fatal, o antigo “charme” da profissão: encaixar peça por peça do puzzle para deduzir o quadro maior. Fã confesso dos contos de Sherlock Holmes, o autor empresta as técnicas narrativas do gênero para conferir ritmo de suspense às quinze histórias reunidas no volume, que se leem como bons contos policiais. O agradável jantar que quase mata o anfitrião. Uma doença tropical — e arcaica — que grassa nas montanhas da Nova Inglaterra. Um agressivo tumor de pulmão que misteriosamente regride. O chá supostamente “natural” mas na verdade tóxico. Nessas e noutras histórias verídicas, o autor revela casos de médicos que se comportaram como verdadeiros detetives para resolver mistérios quase insondáveis — e heroicamente salvaram a vida de seus pacientes. Jonathan Edlow é professor associado de medicina em Harvard e diretor do setor de emergência do Beth Israel Daeconess Medical Center, em Boston. Além de ser autor de vasta bibliografia especializada, há anos tem se dedicado a escrever sobre medicina para o grande público, em livros como Bull’s-Eye, sobre a doença de Lyme (mal transmitido por carrapatos), e o best-seller Stroke, uma história do acidente vascular cerebral. O jantar fatal é seu primeiro volume publicado no Brasil.

A leitura de O Jantar Fatal é leve e divertida. Jonathan consegue explicar de maneira simples e clara o funcionamento dos órgãos humanos envolvidos nos casos em questão, e o faz de forma leve, resultando em um relato ada massante. É divertido o modo como ele paresenta os casos clínicos, como verdadeiros mistérios, e coloca os médicos nos papeis de investigadores, que têm que lidar com esses casos. Cheguei ao ponto de querer trabalhar no CDC só para participar de algumas investigações assim.

Jonathan mostra que o papel de um médico não é simplesmente olhar e receitar um paciente, mas ele precisa entender todo o histórico do caso ara fazer um diagnóstico correto, salvando vidas. Além de uma aula médica, há a contextualização histórica dos casos que achei sensacional, porque, além dos próprios casos médicos, é possível se aprender sobre a história do desenvolvimento da própria medicina.

Os quinze casos apresentados são divididos em três grandes partes: Humanos encontram patógenos, O ambiente externo e O meio interno. Tem casos que é fácil descobrir qual é a causa, apenas pelos sintomas iniciais, mas há casos que precismos ler até o fim porque nem os médicos estavam preparados para as reviravoltas.

De todas as histórias do livro, as que mais gostei foram as que trataram sobre o meio interno, a maioria mostrando que, em sempre o que é vendido como saudável pode nos fazer bem. O que mais me impactou foi ‘A dor de cabeça cegante da pequena Luisa‘, onde nunca imaginei que um produto tão comum de se encontrar em casas com crianças poderia causar um caso tão grave de intoxicação (não ouso dizer o que é para guardar o mistério para o livro).

A única coisa que me incomodou foi ouso de termos que já caíram em desuso, como países de ‘primeiro e terceiro mundo’, mas apenas isso. De resto, foi uma leitura fluída, rápida e bem divertida. Aos fãs de detetives e mistérios médicos, O Jantar Fatal é uma ótima recomendação. Até para aquele amigo que sonha em fazer algum curso na área da saúde.

PS. Todos os casos documentados tem embasamento científico, e as referências bibliográficas são colocadas no final do livro.