SINOPSE: Emily e Navin conseguiram salvar a mãe de um perigo que nem imaginavam. Entretanto, a criatura que a sequestrou deixou marcas, um poderoso veneno que ainda percorre o corpo de Karen e ela parece piorar a cada minuto. Para curá-la, os irmãos e seus novos amigos – as criaturas fantásticas criadas pelo bisavô das crianças – viajam até a cidade de Kanalis, à procura de um médico. Lá, eles descobrem que somente a fruta de uma árvore rara poderá salvar a vida da mãe deles. Com a ajuda de Leon Barba Ruiva, um novo e misterioso aliado, Emily parte em busca do precioso fruto. Mas as forças do Rei Elfo estão logo atrás, dispostas a tudo para capturar a jovem Guardiã da Pedra. E os elfos não são os únicos adversários de Emily. Ela terá que lutar contra o próprio amuleto, que ameça dominá-la com seu poder gigantesco. Será possível vencer duas batalhas ao mesmo tempo?
Em A maldição do guardião da pedra, o segundo volume da série Amuleto de Kazu Kibuishi temos o maior envolvimento dos protagonistas (Emily, Navin e Karen) com o mundo que são jogados e bastante ação, bem frenética. Novos personagens são introduzidos, o guerreiro Leon, os cidadãos de Kanalis e os elfos fazem a estrutura da narrativa crescer em outros cenários.
Kibuichi desenvolve uma história vivida, para todos os tipos de leitores, combinando elementos de fantasia, aventura e steampunk. Para aqueles geeks que procuram um novo universo para sondar, para órfãos de sagas como Harry Potter ou Nárnia, ou mesmo para leitores de primeira viagem, que desejam se emaranhar em um universo divertido como esse. Do primeiro volume para este, um aspecto pode ser notado: a maneira gradual que o autor apresenta a narrativa, os personagens, o mundo, a magia, a fantasia…, fazendo que os leitores demorem a entrar na história enquanto tentam descobrir como era antes.
A personagem Emily ganha mais destaque, se tornando mais forte e com certeza os leitores não podem deixar de torcê-la por usar sua tremenda vontade de aproveitar o poder do amuleto para salvar sua mãe e Alledia. Mas as dúvidas aumentam: Emily pode aprender a controlar seus poderes? Ela vai encontrar a fruta e descobrir em quem confiar? O rei elfo conseguirá o amuleto? O príncipe elfo pode encontrar uma maneira de escapar do controle de seu pai? Os personagens trazem uma mistura maravilhosa de força e insegurança, ou seja, nenhum deles sai muito bem em suas vitórias, sempre há um porém.
Kazu Kibuishi constrói a tensão, trabalha em dilemas complicados, introduz novos personagens e incrementa a ação, evitando muito bem a queda do segundo volume de muitas séries. Há uma construção rica de aventura, suspense e intriga nesta narrativa e nesse segundo volume está mais acentuado o amálgama de gêneros.
A arte é soberba, com o estilo que mistura o mangá com o comic, e mescla o sombrio com o infantil. Além disso, Kibuishi tem um incrível senso de coreografia que emprega em sua arte As cores realmente chamam a atenção e é fácil entender as personalidades dos personagens por meio das expressões faciais e linguagem corporal. Depois que terminei de ler a história, voltei ao começo para poder passar mais tempo com as ilustrações.
Existem muitas criaturas fantásticas, e ainda assim, os leitores irão discernir as diferentes emoções – tristeza, medo, força – dando a esses personagens uma sensação humana. Há assuntos debatidos no argumento, incluindo relacionamentos familiares, a natureza do poder e o significado da amizade.
Com uma história crescente num universo cativante, imagens lindas e personagens vívidos, esta é uma narrativa gráfica que se supera a cada volume, já estamos se preparando para o próximo volume, só para ver se Emily, seu irmão e seus novos amigos serão capazes de salvar Alledia.
A série está sendo publicada pela Editora Fundamento e merece sua atenção pela abordagem alternativa entre o steampunk e Hayao Miiyazaki de um novo universo de fantasia.