Negromonte de Anderson Câmara é um dos lançamentos de suspense da Editora Sinna por enquanto lançado somente em forma de E-book e já disponivel no Kindle Unlimited.
O livro já começa de uma maneira intrigante.
Um homem encontra-se em frente a um caixão sendo enterrado em um funeral e sabe que está sofrendo, mas não sabe quem está sendo enterrado. Não sabe quem morreu.
Seu nome é Alex e ele também não se lembra do rapaz ao seu lado, que o trata como a um velho amigo assim como as pessoas desconhecidas que vem falar com ele durante o enterro.
Tudo o que ele quer é ir para casa, porém o amigo lhe diz que isso não é possível.
Logo, descobriremos juntos com Alex que uma pessoa muito importante para ele morreu.
Mas porque será que ele não se lembra de nada?
De repente passamos a acompanhar uma investigação onde as evidências nos mostram que a morte daquela pessoa não pode ter sido natural.
Junto com o leitor, a policia passa a investigar um assassinato, que aconteceu numa casa dentro de uma área de preservação ambiental na ilha de Negromonte, um local completamente tranquilo, onde até hoje nunca houve um caso de assassinato.

E ao começar a investigação, vamos conhecendo novos personagens, como Tia Vanda, rica e idosa empresária, tia de Alex. Ou Henrique, um velho amigo de Alex que foi para o continente onde ficou rico, porém aparentemente com negócios escusos. Ou Sofia, a repórter enxerida que faz de tudo para conseguir seus furos de reportagem. Ou Beto, o amigo do cemitério, que na verdade acaba de assumir a investigação do caso, já que trabalha na delegacia local.
O autor consegue nos prender nesta história, onde todos parecem estar escondendo alguma coisa, e onde o detetive Roberto fica entre a necessidade de cumprir o seu dever ou proteger os seus amigos de infância, cuja amizade aparentemente o tempo e outros eventos, não foi capaz de manter.
O livro é narrado por alguns personagens, e este é um recurso interessante, principalmente quando estamos na cabeça de Alex, que tem um problema de perda de memoria quando sofre algum stress, porém parece o livro todo que todos os personagens se aproveitam deste seu problema para lhe esconder informações realmente importantes, e assim seguimos perdidos juntos com o personagem, muitas vezes sem saber se o que está acontecendo é surto ou realidade.
Outro ponto muito interessante da narrativa é a descrição de Negromonte, uma ilha que é ligada ao continente por uma ponte em obras ou um teleférico, descrição que muitas vezes me fez imaginar um local como Florianópolis, mas a ilha do livro ficava no litoral de São Paulo com direito até a um vulcão, o que me fez ficar com vontade de ir ao Google muitas vezes pesquisar se aquele lugar existia realmente. A ilha é quase mais um personagem do livro.

Ainda sobre o desenrolar da história, no quarto final do livro, o autor ainda cria uma tempestade avassaladora, deixando o cenário mais sufocante e trazendo um ritmo ainda mais ágil ao livro, fazendo com que a gente não consiga largar o livro até sabermos tudo o que aconteceu.
No fim, fica a pergunta: Quem realmente é você?
Você é uma pessoa real ou simplesmente representa um papel?
Porém, mesmo gostando da narrativa, infelizmente para mim, o final ficou um pouco a desejar e fez com a história me parecesse frágil.
Não posso comentar muito para não dar spoiler, mas acho que a polícia simplificou muito a vida do vilão e achei o final meio exagerado, onde o vilão que era uma pessoa discreta de repente virou quase o Jason em Sexta Feira 13.
Também confesso que fiquei bem irritado com o esquecimento do personagem principal, pois a rede de proteção de familia e amigos era tão exagerada , que em nenhum momento este problema me pareceu algo real.
Mas como o livro me prendeu, acredito que valha e indicação de Negromonte como uma boa opção de entretenimento.
Sendo assim, se você curte livros de investigação policial, vá ao Kindle Unlimited, pegue sua passagem e embarque nesta viagem por Negromonte, mas tome cuidado com as frágeis aparências.
Sobre o autor: Desde a infância a arte faz parte da vida de Anderson Câmara. Nascido na Baixada Fluminense em 1991, filho de nordestinos, é escritor, fotógrafo, músico e às vezes se arrisca a pintar. Começou a escrever aos 16 anos, depois de desenvolver as próprias HQs com seus heróis em folhas de caderno escolar. Apaixonado por histórias excêntricas tanto quanto pela leitura dos clássicos, ainda arrisca uns versos de poesia.
Além de Negromonte, o jovem autor publicou os seguintes livros:
- O herói que queria ter medo (Drago Editorial) (Fantasia)
- Reconhecíveis (Contos)
- Fragmentos ( Ficção / Poesia)
E você, já leu este livro? O que achou?
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