Lendário é o segundo volume da trilogia de Caraval, da autora Stephanie Garber, publicado no Brasil pela Editora Novo Conceito. Fiz a leitura desse livro com a @booksofdrez e acabamos chegando à mesma conclusão:esperávamos um pouco mais.
Lendário continua contando a história das irmãs Dragnar, dessa vez, de Tella, a irmã mais nova. Tella carrega a culpa do sumiço de sua mãe na infância, pois associa o desaparecimento dela a sua descoberta do Baralho do Destino no meio das coisas de Paloma, sua mãe.
Tella era obcecada pelos Arcanos desde que encontrara o Baralho do Destino de sua mãe.
Sinopse: O Caraval deste ano foi concluído. Tella está viva – e segura, para o alívio de sua irmã mais velha. Mas Tella tem segredos que ela mantém de Scarlett. Segredos como o que Tella prometeu em troca dos convites das irmãs para o Caraval em primeiro lugar. Segredos sobre a pessoa a quem estas promessas foram feitas. E segredos sobre Julian, o jogador de Caraval que ganhou o coração de Scarlett. Com medo de revelar a verdade para a pessoa que mais a ama, Tella foge para Valenda, a capital do Império, para encontrar o misterioso correspondente a quem Tella deve. Mas nas noites que antecedem o Dia de Elantine, um cruzamento entre um baile de máscaras, um jubileu e Caraval, ninguém é confiável.
Tella começa o livro coberta de problemas: precisa esconder várias verdades de sua irmã Scarlett, precisa descobrir o nome de Lenda para salvar sua mãe, e, para isso, precisa vencer o novo jogo de Caraval. Só que Tella não consegue mais diferenciar o jogo da realidade, e, com isso, sente-se dividida entre Dante, um dos atores de Caraval e funcionários de Lenda, e Jacks, seu novo ‘amigo’ que acaba roubando (literalmente) sua vida e que está mantendo Paloma presa. Jacks exige de Tella que descubra a identidade de Lenda para libertar Paloma e manter Tella viva após o final do jogo. Enquanto joga, Tella ainda precisa se preocupar com os sentimentos da irmã, com medo de magoa-la, além de conhecer novas facetas de Scarlett que não conhecia.
Era por isso que o amor era tão perigoso. O amor transformava o mundo em um jardim, tão atraente que era fácil se esquecer de que pétalas de rosas eram tão efêmeras quanto sentimentos, que após algum tempo elas iriam murchar e morrer, não deixando nada além dos espinhos.
Em Lendário, tive a sensação de ter andado em círculos para terminar no mesmo ponto que terminou o primeiro livro. Por mais que tenham sido apresentados novos personagens, como Jacks, e aprofundados outros, como Armando, parece que esse livro foi mais introdutório do que uma continuação. Também achei estranho mudar a personalidade da Scarlett e de Tella, que aqui aparecia mais como coadjuvante. Scarlett pareceu perdeu a força de vontade e vivacidade que tanto mostrou em Caraval, enquanto Tella, que já parecia bem mais decidida no primeiro livro, vacilava várias vezes ao longo de Lendário.
Outro ponto que não gostei foi o triangulo amoroso que me pareceu um pouco forçado entre Dante, Jacks e Tella. Sabemos que os dois tem seus pontos fortes e fracos, mas o relacionamento de Tella e Jacks pareceu mais bem trabalhado do que o de Dante e Tella, que basicamente se resumiam a longas descrições de como Dante passava as mãos em Tella. E sim, esse triângulo talvez continue no próximo livro.
Mas Tella queria o amor tanto quanto desejava contrair uma doença. Não havia beijos pelos quais valesse a pena morrer.
Agora falando do que gostei de Lendário, Stephanie soube trabalhar bem novos elementos que inseriu na trama. Jacks é um personagem dúbio, que, assim como Lenda, não podemos dizer se ele é um herói ou um vilão. É um personagem com uma personalidade e desenvolvimento tão bacana que ansiava que ele aparecesse mais vezes na história. Assim como Jacks, os Arcanos e o Baralho do Destino também enriqueceram a narrativa, dando mais caminhos para se pensar (e desenvolver milhões de teorias). A autora deixou um ponto muito interessante em aberto ao final de Lendário no relacionamento de Tella e Jacks, e quero muito saber se isso será desenvolvido e explicado no próximo livro.
A mesma bruxa que baniu os Arcanos da terra séculos atrás deu a Lenda os poderes que ele tem.
Também gostei muito de como a autora conseguiu misturar o passado das irmãs com o jogo de Caraval, mas espero que essa relação fique melhor explicada em Finale, já que muitas coisas ficaram em aberto sobre isso. Principalmente a força que Paloma disse que Tella tem, por ser especial, e a relação de Scarlett com suas roupas que mudavam de acordo com as emoções da mesma.
Enfim descobrimos que é Lenda (de uma maneira meio tosca, na minha opinião) e entendermos a relação dele com o local onde está acontecendo o Caraval e todos os personagens ali presentes. São pequenas peças e frases colocadas que, ao chegarmos no fim do livro e voltarmos nessas partes, percebemos que muitas das verdades já tinham sido reveladas, e que outras mais ficarão para o próximo volume. Eu esperava que outro personagem fosse Lenda, mas ainda não me decidi se gostei ou não dessa revelação. Só ficou um pouco cansativo, como conversei com a @booksofdrez, Garber tentar ficar voltando atrás na revelação da identidade de Lenda, tentando fazer o leitor se passar por bobo.
Por fim, Lendário é um livro que me deixou com sentimentos conflitantes, já que gostei da história do livro como um todo, mas não da maneira como foi conduzida. Agora, com tantas novas dúvidas e mistérios que surgiram com essa leitura, espero que a Editora Novo Conceito não demore a trazer o último volume para os fãs brasileiros da série Caraval.