Frank e o Amor de David Yoon lançado pela Editora Seguinte é um livro que eu queria muito ler, mas que infelizmente não funcionou para mim.
Confesso que meu maior interesse pelo livro surgiu quando soube que David Yoon é marido de Nicola Yoon, autora de O Sol Também é Uma Estrela, um dos melhores livros que li no ano passado, e que me surpreendeu muito, pois comecei aquele livro esperando um monte de clichês e encontrei uma estória incrível.
Sendo assim, esperava encontrar algo parecido aqui, pois com certeza a sinopse já trazia um monte de clichês, mas diferente do livro de Nicola, o que encontrei aqui foi uma estória extremamente adolescente e sem foco que despertou pouco meu interesse.
Para começar, a sinopse de Frank e o Amor é enganadora.
Este livro não é uma comédia romântica.
Frank é filho de coreanos que vieram para os EUA e conseguiram criar uma boa vida classe media.
O pai tem uma loja que é sua vida. A mãe também ajuda o pai na loja. São os imigrantes esforçados que se fizeram na vida, e esperam que seus filhos tenham sucesso, estudando e entrando numa faculdade.
Mas, além disso, o mais importante para eles:
Que seus filhos se casem com coreanos.
O problema é que Hanna, a irmã mais velha de Frank já saiu dos trilhos: Até fez a faculdade, mas apaixonou-se por um negro. A situação em casa ficou tão insustentável que ela teve que ir embora.
Frank sabe disso, mas não consegue evitar se apaixonar por Brit Means, uma loirinha com cara de europeia. E começa ai um romance fofo.
Porém, para os pais de Frank é tão importante manter as tradições coreanas que só possuem amigos coreanos, e este grupo de amigos faz encontros mensais , cada mês na casa de um casal.
Enquanto os adultos comem comida coreana e falam em coreano no andar de baixo das casas, os filhos conversam sobre o American Way of Life no andar de cima, vivendo no limbo, como eles dizem, pois não se consideram coreanos, já que nem sabem falar a língua direito, mas também não se sentem a vontade sendo americanos já que são sempre vistos como asiáticos.
Entre os Limbos, existe Joy, filha de um casal coreano mais bem sucedido e amigo dos pais de Frank.
Joy namora Wu escondida há quase 2 anos. Wu é chinês.
Mais uma relação proibida, pois como sabemos através do livro, o preconceito entre asiáticos pode ser ainda maior do que com pessoas de outras raças.
Quando se apaixona por Brit, Frank decide propor um plano de ajuda mutua a Joy : Ambos podem fingir que são namorados para sua famílias e cada um continua saindo com seu namorado.
Até ai seguimos a sinopse, com todos os clichês esperados.
Porém de repente a estória dá uma virada que não me convenceu nenhum pouco e que com certeza vai frustrar bastante o publico que buscar neste livro uma comédia romântica.
Passei 50 % do livro ouvindo Frank chamar seus pais de preconceituosos e racistas e dizendo que queria ser dono do seu nariz, para de repente ele mudar completamente de ideia e se encaixar exatamente no estereótipo que esperavam dele.
Juro que aquilo me deixou muito confuso e foi ai que comecei a ver que o foco da estória não era o amor impossível, mas infelizmente não consegui encontrar um novo foco que me atraísse.
Frank é um personagem incongruente. Para mim quase um personagem bipolar.
Quer ser americano, quer ser coreano, e na verdade não tem ideia do que quer.
No começo me parecia que tudo o que ele queria era se afastar da cultura coreana. De repente ele passa a frequentar até uma feira coreana. Estava esperando ele ouvir BTS.
E ai as suas duvidas sobre “pertencimento” são chatas demais.
A cena onde ele se ofende com a velha que reclama que ele não sabe falar coreano para mim foi ridícula. Ok, não sabe falar coreano direito, mas pelo menos tentou, se a velha não curtiu a tentativa, ela é uma pessoa amarga e pronto. Dane-se!
Mas não. Ele tomava aquilo como um problema pessoal, de oh meu Deus, “meus iguais também não me aceitam!!!”
Verdade??
Tantas problemáticas que não levam a lugar nenhum.
E o que me deixa mais estarrecido é que David Yoon se casou com uma negra.
Eu se fosse ela, ficaria na duvida se este casamento está legal, pois o mocinho parece ter muitas duvidas sobre se tomou a decisão certa.
Além disso, o livro não tem ritmo. São cenas e cenas que não agregam nada.
O autor quer que a gente sinta o peso das coisas sobre Frank. A família, a cultura, os amores, o colégio que está acabando, mas é tudo tão superficial e forçado que não consegui me preocupar com Frank.
No fim o autor ainda nos traz mais alguns dramas mexicanos, ops , coreanos para que no final Frank perceba que…
Sei lá??!!!
Perceba que seu pai e sua mãe são assim e podem ser respeitados sem que para isso ele precise se matar de remorsos.
Perceba que a escola acaba, e outra começa e que todos vão seguir em frente.
São tantas decisões erradas tomadas neste livro que chegam a incomodar.
Para mim Frank não evoluiu quase nada da primeira a ultima pagina.
Quem sabe Stanford traga problemáticas mais importantes para sua vida.
Espero que ele sobreviva a elas, pois a vida lá fora é bem mais pesada do que o mundinho Coreia / escola de Frank.
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