Review | Anima, de Anna Giovannini e Fran Briggs

Acredito que muitos que me acompanham aqui no site Mundo Hype já perceberam que sou muito fã de A Bela e a Fera. Sempre que vejo algum livro ou HQ que usem isso de marketing, já tem 50% de chance de ser adquirido por mim, e com Anima não foi diferente. Ainda que nem todas as obras baseadas nesse conto sejam boas, nunca deixo de tentar aumentar meu pequeno exército de adaptações.

Uma adaptação para quadrinhos feita pelas artistas brasileiras Anna Giovannini e pela Fran Briggs não passariam desapercebido por mim. Lançado em 2016 pela Jambô Editora, Anima é uma adaptação em mangá da conhecida história de A Bela e a Fera. Em Anima, diferente do clássico, temos Amadeus, uma garota que, segundo dizem as más línguas da cidade, fugiu de um noivo violento, e mora com sua amiga Cleo, que e uma trambiqueira rejeitada por todos.

Cleo acaba gastando todo o dinheiro que as duas tinham e decide que vai tentar a sorte na mansão abandonada. Ela acaba descobrindo que a mansão não é tão abandonada assim e é presa pela Fera que é dona do lugar. Amadeus, preocupada com a amiga, decide ir atrás de Cleo e encontra a mansão. Ela pede para trocar de lugar com a amiga e passa a ser prisioneira da Fera, que na verdade se chama Damaran.

Porém, não é apenas a Damaran que vive ali na mansão. Tem mais três outros personagens pelos quais me apaixonei, e que deram um toque a mais na história. Temos Andrea, que é um mulherengo que mais atrapalha do que ajuda, Katerian que é uma mulher muito fofa que tenta coloca o lugar em ordem, e Fjodor, que é outro empregado de Damaran que é uma graça.

O Fjodor e o Andrea são amigos do Damaran faz muito tempo. Eu fico para baixar o nível de testosterona na casa e evitar que isso vire um chiqueiro colocando eles para fazerem a faxina.

Com o tempo, como já é esperado, Amadeus e Damaran conseguem se conhecer melhor e tornam-se amigos. Os hábitos de Damaran mudam com a presença de Amadeus, e até seus amigos conseguem notar a diferença. Não quero me estender muito aqui porque tem mais coisa para acontecer na história, que se desenrola ainda mais e prefiro evitar spoilers.

_ Te comprei um xampu ótimo lá onde compro coisas pros cachorros de casa.

_Vai pro inferno, você!

Anima nos apresenta um conto de fadas com uma leitura diferente, personagens bem fora dos padrões, como a própria Cleo, e que tem um fim que não se resolve apenas com magia, o que me deixou muito satisfeita. Seus personagens são marcados pelo passado, carregam cicatrizes e ainda assim não perdem a essência que possuem.

Achei Amadeus um pouco conformista demais com as coisas. Ela aceita tudo sempre, questiona bem pouco e se sacrifica demais por pessoas que claramente não se importam com ela (vulgo Cleo). Já Damaran tem seu passado explicado em um breve prólogo o que o levou a se tornar uma fera.

Sobre os personagens, eu queria que tivesse um pouco de explicação para o passado de alguns deles. Queria entender porque Amadeus fugiu de onde morava, porquê Cleo é tão rude e entender um pouco mais sobre Alexis, um personagem que era apaixonado por Amadeus e acabou sendo pouco aproveitado na história. O Andrea é uma peça à parte pois todas as vezes em que aparece, consegue arrancar uma risada do leitor. Um dos melhores personagens do livro.

Sobre as ilustrações, eu gostei bastante do estilo de desenho japonês. Damaran não perdeu por completo seus traços humanos, o que dá maior possibilidade de trabalhar com as expressões dele, tornando a história muito mais legal.

Anima é um mangá divertido, lido em uma única ‘sentada’, que deixou muitos detalhes em aberto, mas que vale a diversão da leitura.

 

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