A vida invisível de Addie LaRue foi escrito pela autora V. E. Schwab e publicado no Brasil pela Editora Galera Record. O livro tem 504 páginas e é dividido em seis partes.

Esse foi meu primeiro contato com a autora. Confesso que, se não fosse a Leitura coletiva organizada pelo Clube do Livro BH e o blog Coisas de Mineira, eu não teria lido esse livro esse ano. E é sempre bom ir lendo o livro e ter alguém para discutir as teorias que vão surgindo. E muitas surgiram ao longo da leitura!
V. E. Schwab com a história de Addie LaRue, uma garota que, no passado, fez um pacto com um deus antigo perigoso e, para salvar sua vida, acaba podendo viver para sempre, mas nunca é lembrada por ninguém. Addie, por mais que sofra no inicio, e muito, consegue aprender sobre sua nova vida e as limitações de sua maldição.
Ela descobriu que os livros são uma maneira de se viver milhares de vidas diferentes – ou de encontrar forças para viver uma muito longa.
Durante o livro, acompanhamos a vida de Addie, no presente e no passado, e, ao mesmo tempo que vamos descobrindo o passado da garota com uma constelação no rosto, queremos saber o que vai acontecer com ela no presente, já que, pela primeira vez em mais de 300 anos ela consegue encontrar alguém que se lembra dela.
Eu custei a ler esse livro respeitando as pausas da leitura coletiva. Sempre que uma das partes do livro acabava, ficava um gancho perfeito e irresistível par começar o próximo. Schwab sabe como conduzir uma narrativa e mostrou isso em A vida invisível de Addie LaRue.
Addie é uma protagonista envolvente. Ela começa sua história como uma vítima da situação, passando por terríveis perdas e situações, mas conseguindo se adaptar a muitas das situações. Porém, com o tempo, Addie deixa esse papel de vítima e passa a prender mais sobre os seus limites e sua influência, chegando até mesmo a ser uma espécie de anti-heroína. É um personagem com falhas e qualidades, ainda humana e capaz de encantar.
O tempo começa a perder o significado, mas, mesmo assim, ela não perdeu a noção de sua passagem.
Henry, um dos personagens principais, por mais que tenha sido de grande importância para a história, não conseguiu me cativar tanto. Compreendo que sua jornada seja um arco muito sério e sensível na história, que fala de forma sutil. Eu achei a parte do livro que fala sobre ele um tanto enfadonha, como se estivesse ali só para preencher espaço. Entendo que é importante para o desenvolvimento do personagem, mas poderia ser bem menor.
Já o vilão (?), o deus antigo com quem Addie fez o pacto, foi um dos personagens que mais me conquistou. Mesmo que ele não apareça tanto na história, ele consegue também deixar sua marca, e se mostra como a própria natureza, imprevisível, indomado. Seus embates com Addie são muito bem elaborados. Muitas pessoas não gostaram dele, mas eu gostei do personagem. Ele deu a Addie o que ela pediu, e ela teve que lidar com as consequências de seu desejo.
A sombra deveria parecer deslocada no cômodo ornamentado. Afinal, é um deus selvagem, um deus noturno da floresta, um demônio vinculado à escuridão. Mas mesmo assim, está sentado com a postura e a elegância de um nobre que saboreia seu jantar.
A vida invisível de Addie LaRue é uma fantasia incrível, que merece ser degustada aos poucos, e sim, converse durante a leitura com alguém que já leu. O final é de explodir a cabeça. Eu adorei a leitura, ainda mais sendo conjunta, e recomendo a obra para todos os leitores de fantasia.
A primeira marca que ela deixou no mundo, muito antes de saber a verdade: as ideias são muito mais indomáveis do que as lembranças, elas anseiam e estão sempre à procura de novas formas de criar raízes.
E, para finalizar com uma boa fofoca, A vida invisível de Addie LaRue teve seus direitos comprados e vai ser adaptado para as telinhsas!
