Olá leitores do Mundo Hype! Hoje vim falar pra vocês minhas impressões sobre o dorama Tudo bem não ser normal, disponibilizado pela nossa querida (e carente) streaming Netflix. Eu assisti aos 10 primeiros episódios e é sobre eles que vou comentar agora.
Moon Gang-tae (Kim Soo-hyun) é um trabalhador comunitário na ala psiquiátrica e que não tem tempo para amar. Ko Mun-yeong (Seo Ye-ji) é uma autora bem sucedida de livros infantis, mas que sofre de transtorno de personalidade anti-social e nunca conheceu o amor. Depois de se conhecerem, os dois lentamente começam a curar as feridas emocionais um do outro. Mas não espere que só vai ter esse romance na história: eu não estava preparada para todo o trabalho que os roteiristas fizeram para criar esse dorama.

Além dos casal principal, temos Moon Sang-tae (Oh Jung-se) que é o irmão mais velho autista de Gang-tae e, devido a terem perdido a mãe ainda crianças, sua responsabilidade. Ele fã de Ko Mun-yeong. E Nam Ju-ri (Park Kyu-young), uma enfermeira colega de trabalho Moon Gang-tae que sempre foi apaixonada por ele, e não encara da melhor forma a relação de Moon Gang-tae com a escritora.

Tudo bem não ser normal começa apresentando ao telespectador uma escritora (pra lá de maluca) de livros infantis que é bem difícil de se lidar, tanto que seu editor sofre bastante com as peculiaridades dela. Ko Mun-yeong, quando decide que quer algo, vai atrás disso até conseguir, e dessa vez ela quer o cuidador Gang-tae. Já Gang-tae está passando por um momento difícil, onde foi demitido do emprego e que, em seu histórico de vida, nunca fica mais do que um ano em um mesmo lugar por causa de seu irmão mais velho. Ele decide voltar para a cidade onde nasceu e aceitar um emprego de cuidador no mesmo hospital que Nam Ju-ri.

O casal principal carrega diversos dramas e cicatrizes internas, já que Mun-yeong, além de ter perdido a mãe cedo, quase foi morta pelo pai e tem problemas para lidar com outras pessoas, e Gang-tae tem problemas ao expressar seus sentimentos, pois vive em função do irmão e precisa controlar cada expressão facial por causa de seu irmão. O que também gostei na série é que a história não fica restrita ao casal, pois acabamos nos envolvendo muito com os personagens secundários do hospital onde Gang-tae trabalha. Detalhe que eles se conheceram na infância, em um acidente onde Gang-tae quase morreu e foi Mun-yeong quem salvou sua vida.
Tudo bem não ser normal trabalha o drama de várias formas e em diversos tipos de relacionamentos. Vemos Gang-tae esgotado emocionalmente por sempre se reprimir e viver em função do irmão, não se abrindo para outras pessoas. Mostra-se o passado de Gang-tae e como foi difícil para ele aceitar que seu irmão era ‘diferente’ – passado esse que no episódio 10 faz a gente se questionar de muita coisa e que Kim Soo-hyun entrega uma atuação que me deixou completamente embasbacada. Gang-tae passa a ‘viver mais’ quando permite que Mun-yeong entre em sua vida, mesmo que nem ele perceba como, mas precisa lidar com as consequências de sua presença constante.

Já Ko Mun-yeong, ao lidar cada vez mais com o cuidador, percebe que ele não é como ela pensava, e que haviam coisas sobre si que ela não percebia. Seo Ye-ji soube dar o tom perfeito da personagem, que se arma toda com roupas chiques e postura impecável, além de uma frieza calculista, mas que, por baixo disso, sente medo e precisa ser cuidada.
Além de todo o drama que a série oferece, também são apresentados vários mistérios (que ainda vou descobrir quando finalizar Tudo bem não ser normal): por que o pai de Mun-yeong tentou mata-la quando criança? Por que ele tem tanto medo da mãe de Mun-yeong? Por que Sang-tae tem medo de borboletas? Quem matou a mãe dos rapazes?

Mun-yeong e Gang-tae rendem cenas ótimas juntos, que vão do flerte descabido (da parte dela) até atitudes mais drásticas (quando Gang-tae parte para cima de um visitante que bateu em Mun-yeong). Já Gang-tae e Sang-tae mostram um lado que poucas vezes vemos em filmes e séries – Umbrella Academy tem mostrado um pouco na segunda temporada. Sang-tae, por mais que ame e se preocupe com o irmão, não demonstra da mesma maneira que outras pessoas carinho e atenção. O que, penso eu, pode ser também algo que influencie no comportamento do irmão mais novo.
Os personagens do hospital, como falei anteriormente, são sensacionais. Temos o diretor que ‘espiona’ os pacientes através de um informante – outro paciente. Há momentos que pensamos que ele poderia ser mais um paciente, mas ele mostra uma ciência sobre a natureza humana que é incrível (eu queria ser amiga dele). Os pacientes da clínica, cada um com um caso diferente, também são incríveis, cada um agindo de uma forma que mostram que se preocupam uns com os outros.

Outro detalhe que gostei em Tudo bem não ser normal é que cada episódio faz referência a um conto de fadas diferente, e a relação não é forçada na história, e acontece de forma natural.
Tudo bem não ser normal é um dorama que consegue prender a gente, pois sempre estamos ávidos para saber o que vai e o que pode acontecer a seguir, além de querermos descobrir logo os mistérios que nos apresentam. Não é uma série onde os relacionamentos acontecem como nas séries ocidentais, onde o pessoal já está tirando a roupa no primeiro episódio, mas nem por isso deixa de ser divertida de se assistir. Netflix logicamente já me recomendou vários outros doramas, e, assim que terminar esse, conto para vocês o que achei.