Entrevista com Hugo L. I. Cukurs

Olá leitores do Mundo Hype! Aproveitando o mês da literatura nacional, trouxe para vocês uma entrevista com um autor brasileiro sensacional!  Hugo L. I. Cukurs é um publicitário vivendo no Canadá com sua mulher e sua filha. Apaixonado por filmes, livros, comics e podcasts, decidiu que era hora de criar sua própria história, após ouvir um podcast com o roteirista de quadrinhos Brian Michael Bendis. Então, juntou sua paixão por histórias fantásticas, com artes marciais, um de seus outros interesses favoritos, para escrever o livro Samurais de Fukushima – que em breve trarei a resenha para vocês!

1 – Pode se apresentar para o Mundo Hype?
E aí pessoal do Mundo Hype, eu sou o Hugo Cukurs, autor de Samurais de Fukushima – a batalha contra os mortos. Sou publicitário há quase 20 anos, 42 anos, casado e tenho uma filha de 11 anos. E moro em Toronto, no Canadá.
Autor Hugo Cukurs
Autor Hugo Cukurs
2 – Quando começou a escrever?
Escrever, pra ser sincero, nunca foi a minha praia. Até arriscava escrever alguma coisa na adolescência, mas nunca tinha pensado em escrever um livro. Sempre trabalhei com criação e design, sem muito envolvimento em redação, apenas dava alguns palpites em chamadas de campanhas que trabalhei, mas nada muito aprofundado. Mas sempre tive vontade de criar o meu universo ficcional, mas não sabia como fazer isso. Até ter a ideia de fazer Samurais de Fukushima.
3 – Quem são suas influências?
Sempre fui meio nerd, viciado em filmes e séries, colecionava DVD’s e quadrinhos antes de mudar pro Canadá, etc. Além disso, sempre amei ler, sou daqueles que lê qualquer coisa, de livros clássicos, até revista de fofoca em consultório médico. Então minhas referências são bem diversas. Vou focar mais no lado literário pra facilitar. 🙂
Tolkien, George R. R. Martin e Bernard Cornwell são minhas principais referências atuais e influenciaram bastante meu estilo de escrita. Eu, como muitos da minha geração, despertei o gosto pela leitura com a Coleção Vagalume. Mas além disso, tive grande influência dos meus pais que sempre gostaram de ler muito. Então eu sempre pegava os livros que eles compravam e lia, muitas vezes mesmo não sendo muito apropriado para a idade que eu tinha. Na minha adolescência eu li Feliz Ano Velho do Marcelo Rubens Paiva, os livros do Amyr Klink, Paulo Coelho, Jô Soares, Jorge Amado e muito outros.
Acho que os quadrinhos sempre tiveram papel importante nas minhas influências, desde a Turma da Mônica, Tio Patinhas e O Fantasma que eu lia quando criança, até Piada Mortal, Watchmen, 300 e outros que fui ler um pouco mais velho.
Amazon.com.br eBooks Kindle: Samurais de Fukushima: A batalha contra os mortos, Cukurs, Hugo L. I.
Capa do livro Samurais de Fukushima


4 – Como foi o processo de elaborar Samurais de Fukushima?

(Vi você comentando sobre o tempo no metrô e fiquei curiosa. No metrô eu só penso nos relatórios que tenho que enviar no serviço ou em qual estação eu desço pra chegar em casa mais rápido)
O meu processo criativo do Samurais de Fukushima foi bem curioso. Tudo começou quando eu estava ouvindo um podcast do Chris Hardwick, o ID10T, quando estava me preparando pra vir pro Canadá e estudando inglês igual um maluco. Ele estava entrevistando o Brian Michael Bendis, um grande roteirista de quadrinhos, criador do universo ultimate do Homem-aranha e do X-men no começo dos anos 2000. E o Brian falou muito do processo criativo dele, onde buscava referências, como tentava ajustar as ideias, etc. Não falou nada muito específico ou mesmo incrível, mas acabou me dando uma epifania. Fiquei depois o dia todo pensando em como eu criaria uma história, um universo, e de cara me veio a ideia de explorar algo com Samurais. Fiquei pensando em tudo que eu tinha visto de diferente por aí, o que gostaria de ver e não tinha. Aí fui procurando mais ideias, surgiu primeiro a ideia de incluir Vikings e evoluiu para os zumbis. Aí, quando cheguei em casa naquele dia, comecei a fazer anotações e estruturar como seria a história toda, personagens, etc.

Depois, comecei a pesquisar sobre o Japão, a região Fukushima, que escolhi por causa de tudo que rolou por lá na época do tsunami, as famílias tradicionais daquela região, costumes dos samurais, assisti alguns filmes pra me inspirar e buscar referências, li alguns livros sobre zumbis e samurais também. E sempre tentei fazer algo diferente do que já tinha visto. Uma ideia foi fazer como se fosse um “road book” tendo uma viagem como esqueleto da trama, começando o livro meio que na partida desta jornada e terminando no destino final.

Acabei dando uma pausa depois que escrevi as primeiras 20 páginas, estava trabalhando muito, estudando inglês e fazendo todos os preparativos para minha mudança pro Canadá e só fui lembrar de novo do livro, quando estava passando muito tempo no metrô de Toronto quase um ano depois. Perdia quase 1 hora de manhã e no fim do dia no trem, então decidi aproveitar melhor esse tempo e a segurança do transporte público aqui, e retomei a escrita. Depois de 3 ou 4 meses, tinha finalizado o livro todo. Passei pra uns amigos lerem, apenas alguns deles leram de verdade, o resto deu uma enrolada e não leu, mas peguei o feedback que tive, ajustei algumas partes e revisei o livro todo umas 3 vezes.

5 – Quais são seus projetos atuais?

Agora, estou trabalhando na versão em inglês do livro. A minha ideia é ver como o livro vai se sair no Mercado internacional em uma língua onde vou encontrar mais pessoas abertas a leitura. Se tudo der certo (está sendo quase mais difícil do que escrever o livro), devo lançar o livro em inglês no começo de 2021.

Tenho também um Segundo livro em andamento, ainda no estágio inicial de planejamento e criação da estrutura da história. Esse vai se passar no futuro e terá uma pegada mais investigativa e de ação. Sem zumbis e samurais, mas com certeza vou colocar alguns easter eggs de Samurais de Fukushima pelo livro.

Já quero ler o segundo kkk.
6 – Fale um pouco sobre o universo de Samurais de Fukushima.

Samurais de Fukushima se passa na cidade de Fukushima, na costa nordeste do Japão no século XII. Durante um casamento, acontece uma assombrosa tempestade que devasta o vilarejo e mata diversas pessoas. Após essa tempestade, o inacreditável acontece e os mortos começam a se levantar como zumbis. Então, para sobreviver, um grupo de pessoas, liderados pelo samurai Sakuraba, vão cruzar o Japão em busca de um barco que poderá levá-los para fora do país. No meio desses sobreviventes, temos um grupo bem diferente que não estaria junto em uma situação normal, desde uma gueixa, um bêbado covarde, uma nobre, até um viking.

A minha ideia sempre foi q os zumbis não fossem o foco principal, mas sim o que faz os personagens agirem. Meu foco sempre foi nos personagens, tentei fazer com eles se desenvolvessem no processo, evoluindo, sem serem totalmente bons ou maus, criando camadas em cada um deles. Pra reforçar essas camadas, acabei incluindo a ideia dos flashbacks, assim poderia incluir o passado de alguns deles na trama pra explorar mais ainda cada indivíduo. E no meio de tudo isso, eles enfrentam traições, armadilhas mortais, grandes batalhas, muitas perdas e centenas de zumbis. Ninguém está à salvo nesta jornada onde nem sempre os zumbis são a pior ameaça.

7 – Em relação a outros autores, o que anda lendo?
Ultimamente eu estou lendo The Hunt for Red October do Tom Clancy, Snowglobe do Fabio Barreto e também estou lendo Pangea da Aelita Lear, que é uma autora que fiz parceria na Semana Nacional de Autores independentes que promovi no Instagram do Samurais de Fukushima. Além disso, baixei no meu kindle para as próximas leituras o Sob a Redoma de Stephen King e o livro 12 das Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell.
8 – Pode surgir alguma animação da sua história, ou um trailer animado?
Eu queria muito fazer uma versão ilustrada algum dia. Mas isso custa muito caro e as vendas como autor independente não animam pra isso. Quem sabe um dia… Fiz uma animação bem básica com a arte da capa do livro pra ser um teaser de lançamento, mas nada demais. Está no Instagram e no Facebook do livro.
9 – Você tem algumas dicas para quem está começando em escrever?
A minha dica é ler muito, buscar referências criativas e investir na estruturação da ideia do seu livro. Com a ideia bem estruturada, escrever fica muito mais fácil. Além disso, revise muito, peça para outras pessoas lerem pra você e apontar os erros. Até hoje, sempre que tenho chance, dou uma lida pra ver se tem algo estranho e digitado errado. E se você acredita na sua história, vá fundo e escreva. Pode ser que não venda muito, mas é bem gratificante quando as pessoas leem e elogiam o seu livro.
10 – Quer deixar alguma mensagem final?
Leia bastante, se informe, se eduque e se divirta lendo. Precisamos formar um povo mais culto e informado. Não tenha preconceito literário, crie sua própria opinião sobre cada livro. O que é ruim para uns, pode ser seu estilo literário favorito. Isso ajuda a desenvolver senso crítico. E o mais importante, apoie o escritor nacional. Dessa forma, vamos valorizar a criatividade do brasileiro e sempre ter algo interessante pra ler.
Espero que gostem da entrevista e convido a todas à lerem Samurais de Fukushima – a batalha contra os mortos.
Muito obrigada Hugo por ceder seu tempo para nos prestigiar com sua incrível entrevista!

Está à venda na Amazon e disponível para Kindle Unlimited!

Não gosta de Ebook? Não tem problema, agora você encontra o livro também na versão impressa no Submarino, Amazon, Americanas, Estante Virtual, Magalu, Shoptime, Mercado Livre e na Livraria da Bok2

Siga o livro no https://www.instagram.com/samuraisdefukushima/ e confira algumas resenhas do livro.

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