Peter, descendente do famoso Barão de Münchhausen, é um imprestável que, apesar de muitos talentos, como músico, nunca acerta as coisas e nunca assume responsabilidades. Depois de ser demitido como professor substituto, acidentalmente acaba em um programa de TV como um especialista em África. Um amigo vê o programa e pede que o acompanhe para o continente africano para que nada aconteça com a missão. Na verdade, Peter tem medo do deserto e de matas, mas quando ouve que sua paixão secreta, Josefine (Anita Gutwell), também irá, concorda. E inicia uma aventura entre caçadores, animais selvagens e nativos.
O cantor e ator austríaco Peter Alexander (1926-2011) se aventurou em várias produções. E quem se aventura em filmes com uma temática aberta conhece o problema. Você nunca sabe o que esperar. Não temos um grande filme para asssistir, tampouco bom, se você tiver sorte, consegue um que sabe como entretê-lo confortavelmente e facilmente por 90 minutos. Se você não tiver sorte, terá momentos de filme altamente embaraçosos e no caso desse Um Munchausen na África tudo se mistura, com o lado desagradável dominando.
Mesmo que Alexander seja um artista talentoso, que não só sabe cantar e dançar, mas também atua. No entanto, todo seu talento é usado para embaraçar, como mostra o filme discutido aqui, esse ponto positivo muitas vezes cai na área negativa. Qualquer conexão com o maior mentiroso do mundo está longe. O desajeitado Peter von Münchhausen não é páreo para seu suposto avô (ou tio-avô, seja o que for). Suas mentiras não são tão grandes, e só parecem colocá-lo em apuros em vez de tirá-lo deles.

O roteiro traz algo que dificilmente podemos considerar uma história concisa, tem tanto a ver com Munchausen como “Bastardos Inglórios” tem com “A Queda! As Últimas Horas de Hitler“, as cenas com os animais selvagens são até interessante , e para um velho filme de palhaçada dos anos 1950, há alguns truques decentes envolvidos quando os animais aparecem.
Há muita fofoca, e de vez em quando também há boas piadas, mas é aquele pastelão. No que diz respeito ao papel de Peter, interpreta o charmoso imprestável que busca sua fortuna de maneira egomaníaca e descarada e age desajeitado no processo. De alguma forma, Peter Alexander consegue conter o mal com seu personagem, mesmo que seja apenas o personagem do artista.
Já os bandidos não sabem convencer. Eles podem parecer bandidos, mas não há personalidade neles, mesmo com atores como Gunther Phillipp (1918–2003) interpretando.
Em meio a tentativa de diversão, temos até um subtrama como uma crítica social embutida, onde uma emissora de TV decide escolher um artista mentiroso e desmiolado em vez de um cientista altamente respeitado e especialista em África para criar um programa cultural sobre o referido continente.
Munchausen in Africa pode ser assistido com um pouco de paciência. Sua segunda metade parece um pouco mais rápida que a primeira, mas no geral não consegue sair do pastelão. Se você está interessado no tema Munchausen, não assista. O nome no título não é uma mentira, mas uma desculpa um tanto ultrajante.
Homenagem póstuma: Anita Gutwell (1931–2022)
Foi uma atriz austríaca, protagonista em filmes clássicos da década de 1950. Gutwell morreu em Viena em 4 de janeiro, aos 90 anos. Ela foi casada com o diretor Rudolf Nussgruber até sua morte em 2001.