Crítica | Lightyear

Em 1995, Toy Story era lançado nos cinemas e fomos apresentados a um mundo mágico onde brinquedos ganhavam vida, encantando gerações. O sucesso foi tanto que, além de gerar uma notável franquia, fez com que o nome do seu estúdio, Pixar, se tornasse sinônimo de animações memoráveis. Lightyear tem a proposta de nos botar na pele de Andy, o garoto dono dos brinquedos de Toy Story, e nos apresenta o filme que fez com que ele se apaixonasse pelo personagem Buzz Lightyear.

Na história, acompanhamos Buzz, um lendário Patrulheiro Espacial que se encontra preso, junto com sua tripulação, em um planeta distante da Terra. Carregando o peso da culpa, ele incansavelmente tenta achar o caminho de volta para casa.

Antes de mais nada é bom deixar claro que se algum fã de Toy Story for com a expectativa de encontrar conexões e referências à franquia, vai se decepcionar. O roteiro é extremamente fiel à sua proposta e esse é um grande acerto!

O roteiro é formulaico e entrega uma aventura de sci-fi bem padrão, o que é bom por um lado já que entrega uma trama fácil, mas por outro pode afastar quem espera grandes novidades em termos de estrutura de roteiro. Curiosamente o filme lembra em alguns pontos o recente “Top Gun: Maverick”, até o próprio Buzz faz um paralelo próximo com o personagem vivido por Tom Cruise e acaba sendo um arquétipo de herói clássico.

Como é esperado de um filme da Pixar, além dos elementos de aventura, encontramos um forte subtexto emocional que traz uma inesperada melancolia ao filme. Boa parte disso vem da força dos personagens coadjuvantes, que não são muitos, mas são muito bem trabalhados. Grande parte da carga emocional surge das interações entre eles.

Infelizmente, fui obrigado a assistir a versão dublada, o que me impede de avaliar e comentar o trabalho do ótimo elenco original que conta com performances de nomes como Chris Evans, Keke Palmer, Taika Waititi, James Brolin e Bill Hader. Em contrapartida, posso afirmar que Marcos Mion faz um bom trabalho ao respeitar, se inspirar, mas se afastar do trabalho que Guilherme Briggs fez com a versão “brinquedo” do personagem.

Lightyear é emocionante e divertido. Simples, mas que diz mais do que parece. Talvez o filme não consiga fazer com que todos se apaixonem pelo personagem, mas certamente algumas pessoas vão, e um desses decerto se chamaria Andy.