Em 1978 chegava aos cinemas Halloween, filme que buscando influências em obras como Banho de Sangue, Noite do Terror e O Massacre da Serra- Elétrica, estabeleceu as bases para todo um subgênero, o slasher. De lá para cá, os filmes slasher dominaram uma década, esgotaram a fórmula, retornaram nos anos 90 e recentemente ganharam uma roupagem mais sóbria e moderna justamente com Halloween de 2018, um filme que servia como continuação direta do filme original e que funcionou muito bem! O projeto incluía uma continuação para encerrar a franquia, mas a produtora Blumhouse cresceu o olho e empurrou um capítulo entre os dois filmes, o terrível Halloween Kills. Eis que finalmente somos apresentados ao derradeiro capítulo dessa história.
Anos após seu último encontro com Michael Myers, Laurie Strode finalmente decide se libertar e abraçar a vida. No entanto, um assassinato desencadeia uma cascata de violência e terror, forçando-a a enfrentar o mal que ela não pode controlar.
A cena inicial é ótima, construída com calma, estabelecendo personagens direitinho, o cenário bem definido, atmosfera estabelecida preparando a tempestade que virá após esse momento de calmaria. E então chegamos ao arrebatador encerramento dessa introdução.
Daí você pode estar se perguntando: Por que diabos está se gastando tanto tempo para falar da introdução do filme? Bem, desculpa ser eu o mensageiro dessa notícia ruim, mas aqui o filme deveria acabar. Porque o que se segue é uma completa atrocidade.
Primeiro o filme ensaia seguir por um caminho bastante utilizado por franquias, mas que curiosamente, mesmo com 12 filmes anteriores, nunca tinha sido utilizado em Halloween. E esse momento é pessimamente construído e totalmente incondizente com o que vinha sendo estabelecido nessa nova trilogia, então não atende nem em termos cinematográficos e nem para os fãs da franquia.
Depois se resolve voltar ao básico e, apesar de uma e outra boa cena de ação, no máximo é uma competente repetição do que já foi feito antes, que nos guia a um final de profundo mau gosto e que parece ter sido escrito numa reunião de 15 segundos.
Tudo isso emendado por situações constrangedoras, personagens tomando decisões inexplicáveis, um absurdo atrás do outro. A direção terrivelmente burocrática e sem criatividade. Inclusive, criativamente, o filme é uma lástima.
Halloween Ends figura entre os piores da franquia e olha que é um posto bastante disputado. Claro que mesmo estampado no título, esse não é o final da franquia. É apenas mais um. Halloween merece um descanso. Quem sabe um dia não vem um final digno? A única certeza é que esse não é.