Em uma semana em que descobrimos que o termo mais procurado no Google foi a palavra Cringe, a Netflix lança em seu catalogo um filme chamado Cidade de Gelo.
Mas o que uma coisa tem a ver com a outra??
Me desculpem os puristas, mas eu não sou nem millenials, nem geração Z, mas para mim o significado da palavra Cringe é o bom e velho brega, que nos acompanha há muitos anos, e que ao mesmo tempo que nos assusta, também nos diverte muito.
Mas porque lembrei disso ao ver o filme novo da Netflix??
Cidade de Gelo é brega? Cidade de Gelo é ruim?
Talvez os mais metidos a intelectuais digam que sim, mas para mim, Cidade de Gelo foi a surpresa mais cringe que me aconteceu neste ano de 2021. E digo isso com orgulho.
Cidade de Gelo já começa sendo um título curioso do catálogo na Netflix por ser um filme russo. É engraçado como temos filmes indianos, coreanos, islandeses, espanhóis, turcos, mas até agora eu não tinha visto nenhum russo.
E os russos não chegaram de maneira tímida não. Cidade de Gelo é um filme de encher os olhos, como há tempos não víamos nem no cinema de Hollywood, e toda esta grandiosidade me trouxe uma deliciosa nostalgia, fazendo com que eu passasse longas 2:17 minutos me deliciando com este belo conto de fadas.
Cidade de Gelo, que em russo se chama Patins de Prata, passa-se em São Petersburgo, na Rússia da virada do século XIX para o século XX.
O filme é uma revisão de muitas histórias que você já viu / leu, e lembra desde Titanic até Romeu e Julieta, mas deixe-se levar que com certeza a experiencia vai sem muito agradável.
Em Cidade de Gelo, conhecemos o jovem Matvey (Fedor Fedotov , a versão russa do Homem Aranha Tom Holland). Ele é um menino pobre que trabalha como entregador de comida em São Petersburgo. O I-Food da época, ao invés de moto, usava patins de gelo, já que o inverno na cidade é extremamente frio. Um dia, ele atrasa sua entrega porque as ruas da cidade são fechadas para a passagem de um aristocrata em sua carruagem, e por isso perde seu emprego.
Matvey precisa de dinheiro, pois seu pai que trabalha acendendo os lampiões a gás da cidade toda noite, está muito doente e precisa de dinheiro para tentar fazer um tratamento num sanatório na Alemanha.
Assim, ele conhece um rapaz chamado Alex na Feira do Gelo (São Petersburgo é famosa por seus canais, e neste filme a feira acontece em cima de um destes canais congelados).
Alex é o líder de uma gangue de jovens rapazes batedores de carteiras, e ao perceber a agilidade de Matvey nos patins, convida-o a fazer parte do grupo.
Sem talento para roubo, mas precisando de dinheiro, ele aceita se juntar aos rapazes, onde realiza um treinamento para aprender a arte de roubar, ao participar de uma aposta com o grupo, acaba conhecendo a bela Alice, filha de um grande, rico e poderoso aristocrata da cidade.
E como estamos em um conto de fadas o menino pobre e a moça rica se apaixonam.
E continuando os clichês de todo bom conto de fadas, Alice já está prometida em casamento com um Duque que trabalha na “polícia” da cidade e está tentando acabar com a gangue de batedores da Feira do Gelo.
Mas para apimentar e modernizar um pouco mais a história, Alice ainda quer estudar e formar-se em química, como uma predecessora de Marie Curie, porém na Russia daquela virada de século, uma mulher só poderia estudar com a permissão de seu pai ou marido, portanto a vida da mocinha não é nada simples.
E assim, temos ai nossos problemas clássicos de contos de fadas.
E lá vamos nós lutar com os personagens para que eles cheguem no tão almejado final “ e viveram felizes para sempre…”
Com uma produção excepcional, em cenários suntuosos, figurinos maravilhosos e um CGI que nos confunde entre o que é real e o que foi criado em computador, somos tragados para a Russia de 1900 e isso é uma delícia.
Tudo exagerado? Sim… mas porque não??
Muitas vezes durante o filme eu me perguntei o que levou alguém a fazer um filme assim em pleno 2021, mas ai pensei:
Ainda bem que alguém quis fazer um filme assim em pleno 2021.
Para mim o único defeito foi que o filme é um pouco longo demais, mas como tudo é tão bem encaixado no roteiro, atuações e produção, até este tempo da exibição valeu a pena.
O filme ainda traz bastante críticas sociais, mostrando bem a diferença de classes existentes na época e tendo o grupo de Alex se colocando como verdadeiros Robin Hoods, que não estão roubando, mas sim “redistribuindo a renda de maneira igualitária”.
Preciso frisar ainda as divertidíssimas, bem filmadas e coreografadas cenas de perseguição de patins pelo canal congelado e a beleza de filme de época da atriz russa Sonya Priss, que faz o papel de Alice e cuja beleza parece que saiu de um desenho da Disney de princesas.
Não tem o que fazer no próximo domingão??
Faça uns baldões de pipocas, ligue sua TV e bora lá patinar pelos maravilhosos canais russos e acompanhar esta bela história de amor.
Será que eles vão conseguir ficar juntos?
Bora lá descobrir!
Te garanto que vai terminar seu fim de semana rejuvenescido!
Cringe, ou não!
E você, já assistiu Cidade de Gelo? O que achou deste filme?
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