Crítica | Black Samson (1974)

O dono de uma boate, a Noble, Samson, faz o possível para manter seu bairro livre de crimes e drogas. Quando um mafioso tenta invadir o território de Samson, o chefão assume uma posição corajosa contra esse criminoso e seus lacaios.

Em 1974, a onda blaxploitation ainda estava forte e os maiores estúdios de Hollywood queriam obter seus lucros nessa fatia do bolo. A Warner Brothers, que anteriormente produziu clássicos do gênero como Superfly (1972) e Cleopatra Jones (1973), foi inteligente o suficiente para pegar sua máquina de marketing e apoiar a distribuição de produções de pequenas empresas independentes, como a Sequoin Films com Black Belt Jones (1974) e Black Samson da Omni Pictures.

Black Samson é um filme com um bom orçamento, no estilo blackjack, com dançarinos sensuais, tráfico de drogas, brigas de socos e fumo. Atrás da câmera está um dream time do gênero: o diretor Charles Bail (1936), o roteirista/produtor Daniel B. Cady e o diretor de fotografia Henning Schellerup (1928-2000). Além de Allen Toussaint (1938-2015) ter contribuído com a trilha sonora.  No entanto, temos um filme sem muito diferencial, que oferece uma experiência suave de blaxploitation, que certamente é mais divertida de assistir do que noventa por cento do filme americano atual.

Samson (Rockne Tarkington (1931-2015) é um dono de uma boate, um negro alto e dedicado à defesa dos direitos afro-americanos, impõe tanto respeito em sua cidade natal que os bandidos locais não ousam expandir seus negócios em sua área. A trama real começa com uma premissa tão original que a máfia branca que domina o tráfico de drogas decide entrar na área do protagonista.

O filme dificilmente pode ser comparado a Sansão do Antigo Testamento. Claro, o juiz personagem bíblico um homem forte como seu sucessor dos anos 70, mas a estória dizia que ele matou um leão com as próprias mãos em vez de manter um numa boate. E o leão do filme não faz nada, além de descansar no bar. Da mesma forma, a traição da mulher relacionada à história bíblica de Sansão não foi aplicada ao roteiro.

O relativamente desconhecido Rockne Tarkington é uma boa escolha para Samson. O personagem carece do charme desavergonhado, descontraído e autossuficiente típico dos heróis negros, mas traz um pouco da luta pelos direitos de sua gente. E a ideia do bastão tribal foi do próprio Tarkington, trazendo um nível não tão especial, mas interessante, para as cenas de luta.

No mais, Black Samson é um entretenimento simples, tem um brilho próprio, mas que não ofusca outros filmes do gênero, mas o protagonista e o seu vilão, interpretado por William Smith, mereciam um roteiro melhor.

Homenagem póstuma: Carol Speed (1945-2022)

Carol Speed, a atriz e cantora que fez seu nome com atuações nos filmes da era blaxploitation morreu no dia 14 de janeiro em Muskogee, Oklahoma, aos 76 anos.

 

Speed ​​interpretou a namorada prostituta do personagem cafetão de Max Julien, em The Mack (1973), a namorada de Rockne Tarkington em Black Samson (1974), e uma mulher muda no drama cult de artes marciais Dynamite Brothers (1974), estrelado por Timothy Brown. E no papel-título, Speed ​​​​estrelou como a esposa de um pastor que é possuída por um espírito maligno da África Ocidental em Abby (1974). Um filme de terror no estilo de O Bebê de Rosemary e O Exorcista, que a Warner Bros. processou para retirá-lo dos cinemas por violação de direitos autorais.

Nascida em 14 de março de 1945, em Bakersfield, Califórnia, Carol Ann Bennett Stewart foi a primeira rainha do baile negra no condado de Santa Clara, depois frequentou a San Jose State University e, com uma bolsa de estudos, o American Conservatory Theatre em San Francisco.

Trabalhou como cantora e apoio para Bobbie Gentry no Harrah’s em Reno, Nevada e logo apareceu na TV, em séries da NBC. Durante os anos 1970, apareceu em vários telefilmes e após um hiato na atuação após Disco Godfather (1979), Speed ​​foi contratada para um pequeno papel emJackie Brown (1997), de Quentin Tarantino, mas desistiu no último minuto. Seu crédito final como atriz veio em Village Vengeance (2006).